Versão mais ágil do IE chega para conter avanço inimigo
Nona edição do browser da Microsoft é 'clean' e mais rápida e tem dois alvos na mira: FireFox e Chrome
Paula Reverbel
Microsoft lançará na próxima segunda-feira a versão final do navegador Internet Explorer 9. Desde março de 2010, quando a empresa apresentou a programadores o esqueleto do sistema, prometeu que a nova edição do browser sanaria problemas das versões anteriores, como a notória lentidão na inicialização do próprio programa e na abertura de páginas da web, além da inadequação a padrões de excelência de programação para internet – que colabora para a vagareza. Por trás das queixas dos usuários, está a maior razão para a gigante do software se mexer. Ano após ano, o IE vem perdendo mercado para seus concorrentes – especialmente o FireFox, da Fundação Mozilla, e o Chrome, do Google. Em 2004, o navegador da Microsoft reinava absoluto, presente em 95% dos computadores do planeta. Passados setes anos, roda em meros 45% das máquinas. A concorrência, portanto, arrombou a porta e invadiu o império do IE.
Para tentar reverter a tendência de queda, a Microsoft se empenhou em fazer do novo IE um navegador leve, ágil e tributário dos melhores padrões da internet – sem falar nos "empréstimos" feitos junto aos rivais, como o gerenciador de downloads. O esforço foi bem-sucedido, concordam análises especializadas que se debruçaram sobre a versão beta do programa, disponível para testes desde setembro - e da qual a versão que chega aos usuários na segunda-feira é um aprimoramento.
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O site especializado em tecnologia Engadget – que sempre considerou que o IE estava aquém dos concorrentes no quesito velocidade – concluiu que o navegador agora é capaz de ombrear com seus competidores. Os analistas compararam o tempo que IE9, FireFox 3.6 e Chrome 6.0.4 levam para abrir uma página típica do site de compartilhamento de vídeos YouTube. Na classificação final, o Chrome foi o mais ágil, seguido de FireFox e IE9. O programa da Microsoft ainda é o mais lento, mas a diferença, antes apontada como incômoda, agora está na casa dos décimos de segundo. Quando o teste avaliou o tempo de abertura de uma página do site do jornal The New York Times, o IE9 bateu os rivais. Variações desse tipo são normais.
O novo navegador da Microsoft agradou também o World Wide Web Consortium (W3C), entidade responsável por disseminar as melhores práticas de criação de websites capitaneada por Tim Berners-Lee, considerado o "pai" da internet. Embora a adesão do IE9 aos padrões do W3C não seja claramente perceptível aos usuários da rede, ela traz impactos diretos à qualidade da navegação de todos pela web.
Páginas de internet que seguem os padrões são mais leves, economizam tráfego na rede, exigem menos manutenção e são mais facilmente encontradas por mecanismos de busca, como o Google. Contudo, para usufruirem desses benefícios, precisam ser "lidas" por navegadores também estruturados segundo padrões do W3C. Não era o caso do IE até a sua oitava edição. "A versão beta do IE9 apresentou uma adesão muito boa a nossos padrões", avalia Wagner Diniz, gerente de escritório da W3C no Brasil. Em resumo: a navegação no browser deve ganhar velocidade de cruzeiro.
Uma falha do programa, contudo, não passará desapercebida de um grande número usuários: ele não roda em máquinas que usam o Windows XP, ainda o mais estável e popular sistema operacional da Microsoft, presente em metade das máquinas que usam a marca. Só se beneficiarão dele os usuários do malfadado e moribundo Windows Vista e do Windows 7, mais jovem entre os sistemas operacionais da empresa.
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